Projeto Nacional e o Materialismo Histórico Dialético.

Camaradas,

O que levou marxistas de diversas correntes a se unirem em prol do Projeto Nacional de Desenvolvimento?

Logicamente, uma analise das condições objetivas e subjetivas de nossa conjuntura política nacional. A relação de forças entre os agentes políticos, a capacidade de mobilização própria dos partidos são questões subjetivas. A retomada da industrialização, a afirmação da soberania, geração de empregos etc., são fatores objetivos, e todos são analisados pelo método científico marxista.

A despeito da intensidade de nossa chegada, e o parvoroso quanto ao nosso nome e real motivo de nossas atividades, duvidas essas que foram esclarecidas pelos diversos elementos que se organizam no NPR, afirmamos que o norte dos agentes é o Projeto Nacional e a ele estamos submetidos, pelo simples fato de termos chegado a essa conclusão utilizando o método científico de análise.

Ou seja, nos reservamos o direito de levantar a bandeira do PND, como objetivo final, em nome do materialismo histórico dialético, em nome do marxismo.

Nossa revolução não difere da revolução varguista, nossos métodos não vão além dos métodos de Brizola que, armado, adiou um golpe militar. O estudo da história do Trabalhismo, o estudo histórico materialista aponta os marcos da luta trabalhista, seu aspecto resiliente existe em condições normais de estabilidade burguesa-democrata, sendo que a justeza revolucionária sempre se pos em voga quando necessária, seja com Vargas ou Brizola. Quem dera Jango tivesse ido além também, é o que todos clamam.

Companheiros e companheiras, se mantemos a chama da revolução acessa e tão somente para afugentar as aves de rapina da burguesia-entreguista, dos agentes imperialistas em nossa pátria. Nossa chama revolucionária é, como em Vargas ou Brizola, JUSTA!

O materialismo respalda a escolha dos marxistas que buscam sintetizarse com o trabalhismo para gerar uma força motriz tal qual jamais fora vista pela burguesia-entreguista-liberal.


Viva o Trabalhismo!
Viva!

Acredito que muitos marxistas, assim como eu, compreenderam que o momento atual pede por um PND. Por mais recuado e keynesiano que este seja, o projeto é necessário em diversos pontos diferentes. Outra coisa que eu sempre enfatizo é na questão social e antipetista. Claro que antipetismo resulta em antiesquerda, mas o povo mesmo tá pouco se fudendo pa origem. Se tornou antipetista por má administração, pelos "pés dentro da política institucional" e por um show jurídico-midiático que manipulou ainda mais a opinião pública, que, atônita vendo todo mundo sendo preso, desacreditou na política, nos políticos e nos partidos que tinha escolhido pra si. Quando o bolsonaro surge, como outsider, as pessoas não necessariamente acreditam que ele tenha capacidade pra resolver as questões sensíveis da pátria, mas fazem questão de dar um NÃO rotundo à farra lulista, desprovida de responsabilidade, em 2018.

Neste cenário, radicalmente religioso, e que a população tende à rejeitar "lados", a melhor coisa que poderia surgir no horizonte é um projeto que contemple os interesses da maioria desamparada e ao mesmo tempo eleve essa grandiosa nação ao status que merece. Acho engraçado que Ciro é uma figura que, pra esquerda é direita demais (nem faz sentido). E, pra direita, é esquerda demais.

Me coloco discordante, normalmente, à moderação e keynesianos, mas aprovo e sigo aprovando devido ao contexto sócio-político que a gente vive. Hoje, apoio e incentivo que keynesianos e marxistas possam se "juntar" pra pensar um Brasil melhor, longe das amarras da burguesia ou de qualquer liberalismo (seja ele neo, social, ou de qualquer natureza).

Também acho que não dá pra ignorar a cabeça do eleitorado de hoje. Não dá pra negar que o povo vem rejeitando as esquerdas. O momento é de se organizar "por detrás das cortinas" desse Projeto. Crescer concomitantemente e organicamente com ele. Porque, caso Ciro desista da política em 22, nós possamos traçar nosso próprio caminho trabalhista, em direção ao Socialismo Moreno e ao Brasil Socialista, ambos previstos em estatuto. E a única forma de fazermos isso, é a partir da criação de Núcleos como este, que não só existem e debatem, mas trazem material ideológico riquíssimo.

Fora isso, e eu acredito que já esteja posto em discussão (desculpem o atraso), precisamos realizar um contato direto com as bases, denunciar o que ocorre, sem papas na língua e com a coragem necessária.

Uma das coisas que afasta o Ciro das bases é o formalismo, e a coisa que mais aproxima o Bolsonaro das bases é justamente sua comunicação absurdamente frequente e informal (e aqui, ele acerta onde Lula errou).

Como diria o Brizola, "Tomem o destino de vocês com as mãos próprias de vocês".
O momento é nosso.
Ou ficar a Pátria Livre, ou morrer pelo Brasil!